Artigo Publicado na Revista Canção Nova de Agosto de 2014 (pg. 13)
Deus quer glorificar, honrar o pai através de seus filhos. Como é maravilhoso ver uma família em que os filhos, sadiamente educados pelo seu pai, edificam suas vidas conforme a Palavra de Deus. Deus honra a esse pai. Ora, se Deus quer honrar o bom pai em seus filhos, quem somos nós para não o fazermos?
Em nossos dias vemos várias tentativas de se criar uma nova configuração de família em que a presença do pai é minimizada, desprezada ou até descartada. É como se a figura masculina fosse desnecessária ou mesmo inoportuna para a educação plena dos filhos. Considerar – a priori – que o pai é um antivalor a ser eliminado, em muitos casos demonstra o sentimento de superioridade e onipotência da mãe. Há episódios em que a falta do pai ocorre por motivo de sua morte, desaparecimento ou abandono do lar. Porém, tais casos independem da vontade de sua mulher e dos seus filhos, que geralmente sofrem tal ausência.
Sobre esta questão, bem colocou São João Paulo II: “Como a experiência ensina, a ausência do pai provoca desequilíbrios psicológicos e morais e dificuldades notáveis nas relações familiares. O mesmo acontece também, em circunstâncias opostas, pela presença opressiva do pai, especialmente onde ainda se verifica o fenômeno do ‘machismo’, ou seja da superioridade abusiva das prerrogativas masculinas que humilham a mulher e inibem o desenvolvimento de relações familiares sadias” (Exortação Apostólica Familiaris Consortio, 25).
Um homem com a consciência formada sob a luz do Espírito Santo jamais humilhará mulher e filhos e tudo fará para desenvolver o relacionamento familiar saudável. A Bíblia nos ensina sobre a importância única e insubstituível do pai na estrutura familiar e de como o pai deve formar os seus filhos. Vemos que o pai exerce o papel de provedor em sentido amplo, de forma que cabe a ele proteger e cuidar não apenas da vida física de todos os membros da família que ele decidiu constituir, mas também que compete a ele fortalecê-los, ampará-los e orientá-los sob o aspecto psicológico e espiritual.
De que adianta dar aos filhos todos os bens deste mundo e privá-los dos valores morais e eternos? “Que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida?” (Mt 16,26). De que valem todos os ensinamentos humanos sem a sabedoria de Deus? “A sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, indulgente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, isenta de parcialidade e de hipocrisia” (Tg 3,17).
Queres ser um bom pai e receber a honra de Deus? “Ensina a criança no caminho que deve andar, e mesmo quando for velho não se desviará dele” (Pr 22,6). A Palavra de Deus nos ensina que o homem sensato constrói a sua casa sobre a rocha (cf. Mt 7,24-27). Ora, a rocha é Cristo (1Cor 10,4). É sobre ele que as famílias devem ser alicerçadas, a fim de resistir a todas as investidas que virão contra ela. Um pai prudente e equilibrado edifica as paredes de sua casa em total retidão, de forma a ser exemplo para seus filhos. Porém, o pai submisso à vontade de Deus sabe perfeitamente que ele não edificará sozinho a sua casa; ele depende de Deus: “Se Iahweh não constrói a casa, em vão labutam os seus construtores” (Sl 127,1). Feliz o pai que coloca a sua confiança em Deus para edificar o seu lar.